
Olho para o relógio e sigo atentamente os ponteiros a rodarem. Perdi a noção de quanto tempo passou, de quantas vezes os ponteiros deram a volta ao relógio.
E se eu pudesse parar o tempo? Se eu tivesse esse poder nas minhas mãos?
Podia escolher, ponderar e decidir cautelosamente o rumo desta longa caminhada, que é a vida. Mudava tanta coisa. Punha um travão em muitas viagens que fiz, onde perdi a noção do perigo e me lancei a toda a velocidade, sem medo de cair e de me levantar logo a seguir. Simplesmente ir e deixar que o destino se encarregue de me dar o que está guardado para mim.
E talvez seja esta a melhor maneira de saborear a vida. Ir sem medos, por impulso e aproveitar os momentos deliciosos que nos aquecem a alma e que nos fazem sentir vivos, capazes de mover montanhas e de por à prova os nossos limites. Acreditar que somos capazes. Basta querer.
Mas não estamos sozinhos e nada se vive e se constrói sem a presença de outros.
Olho para o relógio e sigo atentamente os ponteiros a rodarem.
E se eu pudesse parar o tempo? Se eu tivesse esse poder?
Parava o tempo apenas para mim, pois, aos olhos dos outros, as horas, os minutos, os segundos continuam a passar. E não param só porque eu acho que sozinha consigo mudar o mundo.