
Os rumos mudam-se de acordo com a nossa vontade. E o relógio só bate a meia noite quando já não há volta a dar, quando já passou o tempo certo e todas as oportunidades.
Há facetas nossas que podemos limar antes da meia noite: defeitos, exigências, desconfianças…
Antes da meia noite, há tempo para a reestruturação das nossas vidas, para as escolhas mais arrojadas… Antes das doze badaladas, há tempo para fazer da meia noite um novo dia e um novo começo. Não um final.
Mas, se o amor é mel, o ciúme é fel.
Por isso, desaparecemos um do outro. Deixámos de nos lembrar dos dias doces.
Lembro-me de todas as vezes em que tentei acreditar que éramos os melhores juntos. Mas esta tentativa inútil — de tentar ludibriar aquilo que já era óbvio há tanto tempo — só me ajudou a virar a página.
Livro-me, assim, de tudo o que restava. Enterro, aqui, todas as memórias.
Agora? É hora de seguir em frente!